Investigadores da Universidade de Warwick, na Inglaterra, indicam que comer mais frutas e vegetais pode aumentar substancialmente os níveis de bem-estar das pessoas. O estudo envolveu milhares de pessoas, investigadores de várias universidades e decorreu desde 2007.
O estudo a ser publicado na ‘American Journal of Public Health’ é um dos primeiros grandes estudos científicos que explora o bem-estar psicológico após a ingestão de frutas e vegetais, para além do que já se encontra provado sobre a redução do risco de cancro e de ataques cardíacos.
Os investigadores concluíram que as pessoas que raramente comiam fruta e vegetais e que passaram consumir até 8 porções de frutas e vegetais por dia experimentaram um aumento na satisfação de vida. O equivalente à passagem da situação de desempregado para a de empregado.
O estudo acompanhou mais de 12 mil pessoas selecionadas aleatoriamente. As pessoas tiveram a alimentação controlada e o nível do seu bem-estar psicológico medido. Os investigadores descobriram grandes benefícios psicológicos positivos com dois anos de dieta melhorada.
Andrew Oswald, investigador envolvido no estudo, disse: “Comer frutas e legumes, aparentemente, aumenta a nossa felicidade muito mais rapidamente do que melhora a saúde”.
Para o investigador “a motivação das pessoas para comer alimentos saudáveis é enfraquecida pelo facto dos benefícios físicos para a saúde, como seja a proteção contra o cancro, só serem visíveis depois de décadas. No entanto, as melhorias no bem-estar, com o aumento do consumo de frutas e vegetais, são mais imediatas”.
A investigação resultou da colaboração entre a Universidade de Warwick, e a Universidade de Queensland, na Austrália. Os investigadores verificaram que o bem-estar aumenta progressivamente por cada porção acumulada de consumo diário de frutas e de legumes, até oito porções.
O estudo envolveu uma análise diária da alimentação de 12.385 adultos australianos durante os anos de 2007, 2009, e 2013. Os investigadores ajustaram os efeitos da alimentação com as mudanças circunstanciais pessoais ao longo do tempo.
Os investigadores consideram que “o estudo tem implicações políticas, especialmente nos países desenvolvidos onde o cidadão típico come uma dieta pouco saudável”.
Assim, os investigadores acrescentam que “os resultados poderiam ser usados por profissionais de saúde para persuadir as pessoas a consumir mais frutas e legumes”.
Redzo Mujcic, investigador na Universidade de Queensland, considera que os resultados do estudo podem ser “mais eficazes do que as mensagens tradicionais usadas para convencer as pessoas a ter uma dieta saudável”.
Agora, indica o investigador, as pessoas sabem que “há uma recompensa psicológica logo a partir do consumo de frutas e legumes, e não apenas, depois de décadas, uma diminuição de riscos para a saúde”.
Os investigadores consideram que os resultados verificados com o estudo podem estar ligados aos efeitos antioxidantes das frutas e legumes e aos carotenoides no sangue.