A Lexus já nos habituou a belos exemplares com bastante qualidade, mas aproveita sempre para lhes incorporar toda a aprendizagem e know-how da tecnologia híbrida que foi assimilando ao longo dos anos.
Nem sempre quando nos aventuramos num novo mercado (hoje já recheado de ofertas) é possível às marcas criar fatores diferenciadores que lhes permitam alavancar a sua oferta e, como tal, cada marca “socorre-se”, e bem, do que melhor sabe fazer. E aqui, a Lexus tem uma palavra a dizer.
É fácil gostar, ao primeiro olhar, do RC300h. As linhas basilares de qualquer coupé desportivo estão lá. Frente longa e mergulhante, traseira curva, traços rasgados a realçar a desportividade, pneus de baixo perfil, e alguns apêndices aerodinâmicos.
Os faróis triplos LED em forma de L, e a caraterística grelha trapezoidal Lexus são elementos que realçam a beleza de um modelo que se distingue no trânsito.
O interior é tipicamente Lexus. Qualidade e luxo em todos os detalhes; quase todos os plásticos moles e de grande qualidade de construção e montagem. O desenho não é vanguardista nem minimalista. O “casamento” entre ambos foi bem conseguido, colocando também a ergonomia num patamar elevado.
Os bancos em pele convivem com vários apontamentos em madeira escura – parte do volante, pegas das portas e no tablier. Os bancos ao estilo bacquet acolhem-nos de modo confortável e seguro, onde todo o sistema é elétrico. Pedais e volante estão bem posicionados face ao banco e a altura para o eixo da frente está num patamar bastante bem conseguido.
Os intuitivos equipamentos Lexus incluem um Touch Pad que requer precisão e habituação e o sistema de Segurança Pré-Crash é muito eficaz.
Nesta versão F-Sport contamos com Suspensão Variável Adaptativa, jantes de liga leve de 19″ e um desportivo volante F SPORT mas também com o sistema que simula (através do rádio) o som mais desportivo do motor; vários modos de condução (eco, normal, sport e sport+) e a opção EV (modo elétrico)
E, foi em estrada que pretendemos perceber como este modelo se comporta. Para tal, fizemos vários percursos desde citadinos, condução em estrada, autoestrada e, por fim, na Base Aérea da Ota a quem agradecemos a disponibilidade para efetuar o ensaio.
As conclusões que emanam dos vários locais acabam por ser coincidentes em todos os cenários que percorremos no ensaio. Este, não é um desportivo que nos “obriga” a estar constantemente a controlar e dosear os ânimos. Trata-se de um desportivo de luxo, que combina conforto com rapidez, sendo que o equilíbrio conseguido é salutar.
Percebe-se o bom trabalho das suspensões, onde em cidade é um automóvel muito fácil de conduzir, mesmo muito confortável. O chassis está num bom patamar e mesmo quando o piso é menos degradado, o interior mantém-se “blindado” aos ruídos e vibrações. Uma nota de realce para o bom binómio suspensão-chassis que, durante o ensaio nos permitiu, em total segurança (mesmo com a opção Sport+) e piso molhado, testar a eficiência do conjunto, com reações muito neutras no RC300h e que, em situações limite, “nos avisa” com antecipação da reação que vai acontecer.
Em pista (base aérea da OTA), onde pudemos explorar com maior tranquilidade o RC300h, tivemos a oportunidade de utilizar, entre outros, o “teste do alce” e alguns percursos de entradas e saídas em curvas apertadas, onde se revelou um digno coupé desportivo, bem como validar o compromisso de todo o trabalho dos engenheiros da marca, no chassis, suspensões e motor.
Por fim, uma referência ao consumo. Mesmo considerando que conduzimos o RC300h, em ritmo de “passeio de domingo” mas também em ritmo mais intenso, os consumos de 7.8l são verdadeiramente baixos para um 2.5 com 223cv.
Em termos de preço final esta versão com todos os extras ronda os 62.000€ (acima desta surge o F-Sport+ cujo valor ronda os 64.000€)
Agradecimento à Força Aérea Portuguesa pela cedência e facilidades concedidas para utilização da pista da Base Aérea da Ota