O Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional de 2017 (IPCTN 2017), divulgado em 20 de dezembro, indica que a despesa total em Investigação e Desenvolvimento (I&D) cresceu 197 milhões de euros em 2017 e atingiu os 1,33% do PIB, reforçando a tendência de crescimento desde 2016 e a convergência com a Europa.
Aumento da despesa em I&D é mais expressiva nas empresas, que aumentou 13% entre 2016 e 2017 e que passa a representar, desde 2017, mais de metade da despesa nacional em I&D, uma situação que se verifica pela primeira vez desde 2012.
O valor de despesa em 2017 supera os níveis de despesa em I&D registados em 2016 em 197 milhões de euros, o que se traduz num aumento de despesa de 8,2% e, portanto, superior ao aumento relativo do PIB que foi estimado em cerca de 4%. Em 2016 a despesa total em I&D a nível nacional tinha ficado em 2.389 milhões de euros, representando 1,29% do PIB, enquanto em 2015 tinha sido de 2.234 milhões de euros, representando 1,2% do PIB.
O crescimento da despesa em I&D deu-se sobretudo no sector das empresas, que cresceu nesse sector 146 milhões de euros, ou seja, cerca de 13% entre 2017 e 2016, atingindo 1.303 milhões de euros em 2017, quando era 1.157 milhões de euros em 2016 e 1.037 milhões de euros em 2015. Este aumento representa um crescimento de mais de 25% face a 2015.
A despesa em I&D das empresas atingiu agora cerca de 0,67% do PIB, quando em 2016 era 0,61% do PIB e em 2015 era 0,58%, e a despesa em instituições privadas sem fins lucrativos cerca de 0,02% do PIB, representando no seu total cerca de 52% da despesa nacional total em I&D.
A despesa em I&D do sector de Ensino Superior cresceu cerca de 3%, ou seja, 32 milhões de euros, para os 1.100 milhões de euros, tendo sido de 1.068 milhões de euros em 2016, continuando a representar cerca de 0,57% do PIB. Juntamente com o sector Estado representa 0,64% do PIB.
No entender do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) “o aumento da despesa privada em I&D reflete o crescimento do emprego qualificado nas empresas e o esforço do sector privado em acompanhar o desenvolvimento científico e a capacidade tecnológica instalada em Portugal.”
O MCTES indicou que “o aumento global do investimento em I&D reflete também a prioridade política ao desenvolvimento científico e tecnológico e ao ‘Compromisso com a Ciência e o Conhecimento’, assim como a ‘Estratégia de Inovação Tecnológica do Governo, verificando a tendência expressa no Programa Nacional de Reformas quanto à retoma do processo de convergência com a Europa.”
Para o MCTES o “elemento fundamental da estratégia seguida para o desenvolvimento científico e tecnológico em Portugal é o reforço dos recursos humanos em Ciência e Tecnologia”. O IPCTN 2017 indicou que foram registados 44.938 investigadores medidos em Equivalente a Tempo Integral (ETI), mais 3589 do que em 2016 e o maior valor desde 2012, ou seja, um crescimento global de 8,7%, superando o crescimento de 2677 entre 2016 e 2015.
O Ensino Superior inclui 27.562 investigadores em ETI (eram 26.106 em 2016), representando 61% do total, enquanto o sector privado inclui 15.407 investigadores em ETI, quando em 2016 eram 13.426, e representavam 34% do total.
O número de investigadores no sector privado cresce de 1.981 ETIs entre 2016 e 2017, um crescimento que se verificou sobretudo nas empresas, registando um aumento de cerca de 15% entre 2016 e 2017, enquanto o aumento no ensino superior foi cerca de 6% entre 2016 e 2017. O número de investigadores no Estado continua a representar cerca de 3% do total, com 1.477 ETIs em 2017, quando em 2016 eram 1340 investigadores ETI, incluindo sobretudo os Laboratórios do Estado.
O total de recursos humanos em atividades de I&D, ou seja, o número total de investigadores, técnicos e outros profissionais, atinge 10,5 pessoas (ETI) por cada mil habitantes ativos, atingindo 54.995 ETIs em 2017, quando em 2016 eram 50.406 ETIs e em 2015 eram 47.999 ETIs. Em termos globais, 82% exerceu a função de investigador, ou seja, 44.938 ETI e 15% desempenharam funções de técnicos, correspondendo a 8.026 ETI.
Para o MCTES “os resultados agora publicados refletem o esforço de modernização progressiva do processo de recolha de informação sobre o potencial científico e tecnológico nacional, o qual foi particularmente desenvolvido a partir de 2007 tendo por referência as melhores práticas internacionais.”