A ponte Maputo-Katembe, em Moçambique, com cerca de três quilómetros de extensão, inaugurada dia 10 de novembro, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, coincide com os 131 anos da elevação de Maputo a cidade. Uma inauguração testemunhada por mais de três mil convidados.
A ponte na Baía de Maputo liga a capital moçambicana, na margem norte, a Katembe na margem sul, torna-se a maior ponte suspensa do continente africano.
As obras começaram em 2014 mas a ponte já estava planeada há muitos anos, e a ideia era a construção de ponte com caraterísticas da existente em Lisboa, a ponte 25 de Abril, tendo em 1989 o Banco Mundial financiado o plano de urbanização para Maputo que incluía uma ponte.
A ponte foi construída pela China Road e Bridge Corporation, e grande parte do projeto foi financiado através de empréstimo pelo chinês Exim Bank. A empresa de engenharia alemã GAUFF Engineering fez a supervisão da construção.
No entanto o financiamento o governo português tinha planeado em 2010 com o governo moçambicano o financiamento da ponte mas devido à crise financeira vivida por Portugal o financiamento não foi concretizado e Moçambique acordou com a China esse financiamento.
A ponte Maputo-Katembe possui duas faixas e uma extensão de 3.041 metros e uma altura sobre a baía de 60 metros. O viaduto a norte (Maputo) é de uma extensão de 1097 metros e em forma de S e liga à rotunda da Praça 16 de Junho, a sul (Katembe) o viaduto tem 1264 metros de extensão assente em elementos pré-fabricados e liga à estrada para a Ponta do Ouro.
O vão central entre pilares é de 680 metros o que torna a ponte a maior deste tipo em África. O vão é suspenso por cabos de aço a blocos de ancoragem a norte e a sul. As estruturas de carga, ou seja os pilares atingem 110 metros de profundidade e 141 metros de altura, com uma trave aos 40 metros. A faixa de rodagem é constituída por elementos individuais de aço pré-fabricados, na China, com 25,60 metros de largura e 12 metros de comprimento.
A ponte terá envolvido cerca de 726 milhões de dólares, sendo 85%, ou seja, 681,6 milhões de dólares, financiados, por empréstimo, pelo Exim Bank a um prazo de 20 anos, 10%, ou seja, 72,5 milhões de dólares concedidos também pelo Exim Bank e 5% suportados diretamente pelo Orçamento do Estado moçambicano.