Um dispositivo implantável para o tratamento da insuficiência cardíaca que atua por estimulação do músculo cardíaco durante o período refratário, e que aplica a terapia de Modulação de Contratilidade Cardíaca (CCM), foi colocado num paciente pela primeira vez na Península Ibérica.
A implantação do dispositivo num paciente ocorreu na Unidade de Arritmologia de Intervenção do Serviço de Cardiologia do Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.
Pedro Adragão, Coordenador da Unidade de Arritmologia de Intervenção do Hospital de Santa Cruz, referiu: “O primeiro doente português a beneficiar deste dispositivo médico tem um seguimento superior a um mês e registou uma evolução muito favorável em linha com os resultados recentemente publicados.”
O estudo clínico FIX-HF-5C “Confirmatory” Study, que foi apresentado no congresso mundial de arritmias cardíacas, em Boston, EUA, e já publicado no Journal of the American College of Cardiology (JACC), mostrou ter havido uma redução significativa na taxa de mortalidade e de hospitalizações após intervenção com a terapia de Modulação de Contratilidade Cardíaca.
O tratamento, já disponível em Portugal, é para Pedro Adragão, médico responsável pela introdução da terapia na Península Ibérica, “uma esperança para doentes que, apesar da medicação otimizada, se mantêm com insuficiência cardíaca sintomática.”
Se na península ibérica o recurso à terapia com base no implante deste dispositivo se deu pela primeira vez, na Alemanha o dispositivo já foi usado no tratamento de mais de 3 mil doentes.
Os especialistas estimam que a insuficiência cardíaca afete cerca de 2% da população adulta nos países desenvolvidos e mais de 10% das pessoas acima dos 70 anos de idade. A doença carateriza-se pela incapacidade do músculo do coração em bombear sangue suficiente para todo o corpo e apresenta sintomas como a falta de ar, com dificuldade em respirar, a fadiga e a retenção de líquidos.