O cancro do ovário é um cancro raro, mas letal, que afeta anualmente aproximadamente 22.000 mulheres nos Estados Unidos da América e mata 14.000. Os dados são da American Cancer Society. Dados do Registo Oncológico Nacional 2009 indicam que em Portugal há 474 novos casos de cancro do ovário por ano, representando cerca de 2,32% do total de cancros da mulher.
Os sintomas do cancro do ovário podem ser subtis e não específicos, apontando para uma ampla variedade de condições possíveis – simples ou graves. Muitas vezes as mulheres veem muitos médicos antes do diagnóstico, e infelizmente 80% dos cancros do ovário são diagnosticados num estágio avançado com a doença já espalhada pelo abdómem.
A idade é o fator de risco mais significativo no desenvolvimento de cancro do ovário. Cerca de 90% das mulheres que têm cancro do ovário têm mais de 40 anos, com o maior número de cancros do ovário a ocorrer em mulheres com 60 anos ou mais.
Mas cada cancro também tem seus próprios fatores de risco, que podem incluir predisposição genética, história familiar e história ginecológica.
Os tratamentos tradicionais para o cancro do ovário incluem uma combinação de cirurgia e quimioterapia, mas mesmo com regimes agressivos, o risco de recorrência é alto, e apenas cerca de metade das mulheres com cancro de ovário vai estar viva cinco anos após o diagnóstico, segundo o Instituto Nacional do Cancro, dos EUA. No entanto, o diagnóstico de cancro do ovário de cada mulher é tão distinto quanto a pessoa afetada e os resultados são baseados no estágio e tipo de cancro e em outras influências genéticas.
Novos avanços em sequenciação molecular, testes genéticos e desenvolvimento de fármacos levaram à aprovação pela Food and Drug Administration dos Estados Unidos de muitas novas terapias “direcionadas” para o cancro do ovário.
Ao ter como alvo moléculas específicas que são responsáveis pelo crescimento, progressão e disseminação do cancro, a terapia direcionada difere da quimioterapia padrão, que ataca a doença sistemicamente e, portanto, também danifica as células saudáveis. Como a terapia direcionada procura especificamente as células cancerígenas, é projetada para reduzir os danos nas células saudáveis. A maioria dessas terapêuticas ainda está na fase de investigação, pois é um campo em evolução, mas para já fornecem melhores opções terapêuticas num ambiente onde antes não existiam.
O que pode fazer?
Uma das coisas a fazer é saber se tem um histórico familiar de cancro ginecológico ou de qualquer outro tipo de cancro, e partilhe essa informação com o médico. A informação genética pode afetar diretamente o tratamento, pois pode fornecer estratégias de redução de risco, como cirurgia ou medicação, e também identificar o risco de vir a ser afetada com outros tipos de cancro.
É importante reconhecer os sintomas e ser acompanhada o mais rapidamente possível por um ginecologista ou especialista. Deve perguntar ao médico quais as unidades onde pode ter acesso a oncologistas ginecológicos para ser acompanhada o mais cedo possível.