A Unidade de Neurossonologia do Centro Hospitalar São João (CHSJ) foi distinguida como Centro de Referência Europeu de Neurossonologia. A Unidade tem vindo a cumprir todos os critérios de excelência ao nível assistencial, formativo e científico, para integrar a Network of European Reference Centers in Neurosonology (ERNsono) da European Academy of Neurology e da European Society of Neurosonology and Cerebral Hemodynamics.
Para esta distinção, que tornou a Unidade de Neurossonologia numa das primeiras unidades certificadas a nível europeu e a primeira em Portugal, foram considerados importantes fatores, como “o volume e a diferenciação de exames, mas também os profissionais acreditados, a Unidade estar inserida em Serviço de Neurologia Clínica, bem como o cumprimento de critérios relativos à atividade formativa e científica, incluindo colaboração em projetos de investigação internacionais e a realização de atividades formativas internacionais”, referiu Elsa Azevedo, coordenadora da Unidade de Neurossonologia do CHSJ, citada em comunicado.
“Diariamente estudamos doentes de todos os Serviços do Hospital”, indicou a médica especialista, e acrescentou: “Com destaque para os casos de doença vascular cerebral isquémica e de hemorragia subaracnoideia”, bem como doentes enviados de outros hospitais da região norte.
A nível de formação, “a nossa Unidade acolhe consecutivamente médicos em formação, geralmente internos de formação específica em Neurologia ou mesmo jovens especialistas a fazer diferenciação em Neurossonologia”, esclareceu Elsa Azevedo, e acrescenta: “Todos os anos participamos no Curso de Neurossonologia da Sociedade Portuguesa de Neurossonologia e participamos também, desde há muitos anos, em cursos internacionais promovidos pela European Academy of Neurology e pela European Society of Neurosonology and Cerebral Hemodynamics”.
Pedro Castro, médico especialista da Unidade de Neurossonologia, destacou a importância da atividade investigacional, que tem vindo a ser desenvolvida ao longo dos anos, tanto num quadro local como internacional.
“Temos desenvolvido vários trabalhos de mestrado e doutoramento, tentando introduzir técnicas de monitorização hemodinâmica cerebral mais avançadas. Além disso, fazemos parte de redes de investigação internacionais, com quem partilhamos os nossos dados e experiências, implementando estudos colaborativos com outros centros de referência, bem como colaborações com instituições internacionais de ensino, como é o caso da Universidade de Harvard” esclareceu Pedro Castro.
Para o presidente da direção da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), Castro Lopes, “esta distinção é mais um exemplo de como Portugal está muito bem posicionado a nível científico na área da doença vascular cerebral”, apontando que se trata de um resultado “fruto de muito de muito trabalho e ciência”.
Castro Lopes concluiu frisando que “a sociedade civil portuguesa deve orgulhar-se dos técnicos de saúde do seu país, nomeadamente na área da doença vascular cerebral”, e chamou a atenção, uma vez mais, para o papel central da população na prevenção do AVC e no correto e rápido reconhecimento dos sinais de alerta da doença.
É fundamental “considerar o AVC uma emergência”, para que se considere urgente mudar uma realidade que leva a que o AVC seja a principal causa de mortalidade e incapacidade no país.