A bienal cultural Monsaraz Museu Aberto tem início no dia 13 de julho na vila medieval com um programa dedicado à paisagem cultural, e que pretende abordar o que de melhor se faz na cultura e nas artes do espetáculo. O evento estende-se até dia 29 de julho e tem entrada livre em todos os espetáculos.
Dia 13 de julho
A abertura da 23ª edição do Monsaraz Museu Aberto que decorre na sexta-feira, pelas 19h00, no Largo D. Nuno Álvares Pereira, conta com a presença da Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, a que se segue uma visita às exposições com animação de rua pelo grupo SevenDixie e as suas músicas de Jazz com as cores e o timbre do Dixieland.
Ainda no dia 13 de julho, às 22h00 sobe ao palco Marta Pereira da Costa, “a primeira e única mulher guitarrista profissional de Fado a nível mundial que para este concerto convidou Rui Veloso e Ricardo Mendes.” Marta Pereira da Costa apresenta-se com a sua formação quinteto, composta por guitarra portuguesa, viola, contrabaixo, piano, acordeão e percussão, e interpretará temas da sua autoria, como ‘Minha Alma’, ‘Terra’ e ‘Encontro’. Um espetáculo de música tradicional portuguesa, Fado, Jazz e música do mundo.
Dia 14 de julho
Sábado, pelas 16h30, o Observatório do Lago Alqueva promove a iniciativa Astrónomos de Palmo e Meio, em que são construídos espectroscópios portáteis.
Às 17h00 na Igreja de Santiago decorre a conferência “Com Monsaraz no Horizonte: O Recinto Cerimonial Pré-Histórico dos Perdigões”, por António Valera, do Núcleo de Investigação Arqueológica da ERA Arqueologia.
Às 19h00, no jardim da Casa da Universidade de Évora decorre a apresentação dos vinhos Doc tinto e branco e do tinto reserva Reguengos de Monsaraz – Capital dos Vinhos de Portugal, produzidos pela CARMIM, num evento que terá a atuação do grupo Al-Canti.
A partir das 22h00, no Largo D. Nuno Álvares Pereira, sobe ao palco o grupo Monda com os convidados João Gil e Joana Amendoeira. Os Monda vão interpretar canções nascidas com o Alentejo no coração, criadas na riquíssima tradição do Cante, mas que transportam e abrigam as raízes musicais de um país. Os convidados são o músico João Gil, “que experimentou ao longo da sua carreira abordagens a diferentes linguagens musicais”, e Joana Amendoeira, “uma das vozes mais relevantes da designada nova geração de fadistas e que confere ao Fado uma nova vida e atitude.”
Dia 15 de julho
No domingo, pelas 18h30, no jardim da Casa da Universidade realiza-se um concerto com Edu Miranda Trio e Filipa Pais. “Este projeto musical instrumental combina a sonoridade acústica do bandolim de Edu Miranda com as possibilidades harmónicas e melódicas criadas pela guitarra de 7 cordas de Tuniko Goulart e a bateria e a percussão de Giovani Goulart. Filipa Pais leva ao concerto a música tradicional portuguesa, o Fado e as sonoridades da música africana.”
Às 19h45 também no jardim da Casa da Universidade o espetáculo com a formação cubana Havana Way, criada pelo pianista Victor Zamora, apresenta-se em palco com a voz de Raúl Reyes, piano de Victor Zamora e baixo e percussão de Leo Espinoza. “No espetáculo vão ouvir-se os ritmos quentes de Cuba, como o Merengue e a Salsa, num tributo à música tradicional dos anos 30, 40 e 50 desta ilha das Caraíbas, de artistas como Compay Segundo, Ñico Saquito, Los Compadres, Buena Vista Social Club, entre outros.”
Dia 20 de julho
Na sexta-feira, às 19h, no segundo fim-de-semana do Monsaraz Museu Aberto, tem lugar a atuação do AR Quarteto no jardim da Casa da Universidade de Évora. O grupo é formado por Daniela Melo, vocalista, André Rosário na guitarra, Diogo Aléxis no contrabaixo e Samuel Dias na bateria e “apresentam um reportório com clássicos de Jazz e Bossa Nova, com espaço para o diálogo e a improvisação.”
A partir das 22h, no Largo D. Nuno Álvares Pereira, Teresa Salgueiro leva a Monsaraz ‘O Horizonte e a Memória’. Neste concerto, Teresa Salgueiro interpreta as músicas mais conhecidas do seu percurso na voz dos Madredeus, mas também dos seus discos a solo, desde ‘O Mistério’ ao mais recente ‘O Horizonte’. A cantora vai ainda prestar homenagem a Amália Rodrigues, a José Afonso e a Carlos Paredes, entre outros.
Dia 21 de julho
Às 9h00 decorre o Dia Aberto do complexo arqueológico dos Perdigões. O programa integra uma visita às escavações, ao Museu dos Perdigões, uma palestra na Torre do Esporão intitulada ‘Rumando a um local sagrado: locais e estrangeiros nos Perdigões’ e um almoço neolítico acompanhado de seleção de vinhos da Herdade do Esporão.
Às 16h00 é a vez do espetáculo de marionetas com os Robertos Santa Bárbara. O marionetista Vitor Costa apresenta as peças ‘O Barbeiro’ e ‘A Tourada’.
Pelas 16h30 decorre no Observatório do Lago Alqueva a iniciativa Astrónomos de Palmo e Meio com o tema “Peso e massa, afinal o que são?”.
Às 19h, no jardim da Casa da Universidade, a Orquestra de Câmara do Alentejo vai interpretar ‘A História do Soldado’, com música de Igor Stravinsky. Esta orquestra é um projeto que reúne 36 jovens músicos e é dirigida por João Defeza. O ensemble é composto por André Conde no trombone, Daniel Faria no fagote, Hélio Ramalho no trompete, João Ramalho na percussão, Ricardo Mendes no violino, Romeu Santos no contrabaixo, Tiago Menino no clarinete e Filipe Crawford é o narrador. Musicalmente, ‘A História do Soldado’ ocupa um lugar importante na produção de Stravinsky e na história da música do século XX.
Às 22h, no Largo D. Nuno Álvares Pereira, é a vez do Tango e Folclore Argentino com a orquestra Arcos de Buenos Aires Tango Show. Walter Carranza, violinista e diretor da orquestra, apresenta um espetáculo com um misto de cor e ritmos em que o Malambo, a Cueca, a Chacarera e a Zamba se misturam com o som e a dança vibrantes do Tango com quatro bailarinos em palco. A orquestra é formada por quatro violinos, duas violas, dois violoncelos e um contrabaixo.
Dia 22 de julho
No domingo, pelas 21h00, junto ao monumento ao Cante, decorre a Gala das 7 Maravilhas à Mesa, que será transmitida em direto na RTP. Nesta gala vai estar a mesa promovida pelo Município de Reguengos de Monsaraz, com a gastronomia, o vinho e um roteiro turístico propostos pelo Restaurante Sabores de Monsaraz.
Dia 24 de julho
A partir das 9h00, vai ser o Dia Aberto para as crianças no complexo arqueológico dos Perdigões. O programa terá a visita às escavações arqueológicas, ao Museu dos Perdigões e a iniciativa ‘Uma viagem pela Pré-história – vem ver e experimentar como se vivia na Pré-história’.
Dia 25 de julho
Às 9h00 é a vez do Dia Aberto para jovens, integrando igualmente a visita ao complexo arqueológico e ao museu, mas também a iniciativa ‘Grava a tua placa de xisto – Experimenta técnicas pré-históricas com as tuas próprias mãos’.
Dia 27 de julho
A programação do último fim-de-semana do Monsaraz Museu Aberto começa na sexta-feira, às 18h30, no Observatório do Lago Alqueva, com a iniciativa Astrónomos de Palmo e Meio, que vai abordar o tema “Eclipse Total Lunar e Oposição de Marte”.
A partir das 22h00 decorre o espetáculo Alentejo Coral Jovem. No Largo D. Nuno Álvares Pereira atuam o Grupo Coral Carpe Diem e o Grupo Coral Moços da Aldêa, ambos de Cabeça Gorda, o Grupo Coral Os Bel’Aurora de Campinho, o Grupo Coral Juvenil da Aldeia dos Fernandes e o Grupo Coral Os Rama Verde, de Vila Nova da Baronia. O espetáculo terá como padrinho o grupo Os Vocalistas, que também vai cantar nesta noite.
Dia 28 de julho
Às 16h30, o Observatório do Lago Alqueva organiza mais uma iniciativa Astrónomos de Palmo e Meio, desta vez sobre “Tiro ao alvo: Entender a formação de crateras na Lua”.
Pelas 19h00 desfilam pela vila medieval os grupos corais que vão cantar a partir das 22h00 na Gala do Cante. Neste espetáculo, que vai decorrer no Largo D. Nuno Álvares Pereira, atuam o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz, os Mineiros de Aljustrel, a fadista Maria Emília, o poeta Manuel Sérgio e o guitarrista José Farinha.
Dia 29 de julho
O festival encerra pelas 18h, no Largo do Castelo, com a atuação de grupos corais no evento ‘O Vinho do Trabalho’.
Exposições
O Monsaraz Museu Aberto tem exposições durante as três semanas do festival, que podem ser apreciadas de segunda a quinta-feira das 10h00 às 13h00 e entre as 14h00 e as 22h00, e nos restantes dias nos mesmos horários, mas com encerramento às 23h00.
A Igreja de Santiago – Galeria de Arte vai recebe a exposição de fotografia ‘Now and Ever Oliveiras’, de Renée Gagnon. Nesta mostra, a artista apresenta 14 fotografias de oliveiras, modificadas na impressão digital e trabalhadas posteriormente com lápis de cera, guache e aguarela. Renée Gagnon fotografou oliveiras com mais de quatro mil anos de idade na Sardenha, no sul de Barcelona registou a maior concentração de oliveiras milenares, com mais de 4.200 exemplares, mas também retratou as oliveiras de Creta e do Alentejo.
A artista apresenta mais uma exposição de fotografia no festival, nas ruas de Monsaraz, intitulada ‘Menires, Calçadas e Aldeias’. Nesta mostra com 22 fotografias, Renée Gagnon retratou, entre outras, a muralha e a calçada antiga de Monsaraz, a Rocha dos Namorados, S. Pedro do Corval e os ninhos de andorinhas na Igreja Matriz desta localidade, a ponte sobre a Ribeira da Pega, a calçada romana, o Menir do Barrocal, o Cromeleque do Xerez, o Menir do Outeiro, a Anta do Olival da Pega e a cidade de Reguengos de Monsaraz.
‘Instrumentos de tortura da Idade Média à Idade Moderna’ é o título da exposição da Minerarte que vai estar patente na Praça de Armas do Castelo de Monsaraz. Podem ser apreciadas cerca de 40 réplicas de instrumentos de tortura em uso na Idade Média e no Renascimento, acompanhadas por mais de 20 cartazes descritivos das peças expostas. Haverá ainda uma zona específica sobre a Inquisição em Portugal, métodos de tortura utilizados pelos inquisidores e um espaço sobre os judeus sefarditas e cristãos-novos, principais vítimas do Tribunal do Santo Ofício.
Na Casa Monsaraz a exposição de pintura de Ana Rita Janeiro, intitulada ‘Reguengos de Monsaraz – Alentejo Puro’. A autora aborda o património material e imaterial de Reguengos de Monsaraz, terra que representa, aos olhos da artista, todas as riquezas que dão fama mundial ao Alentejo.
‘O pão, o forno e o forneiro’ é o título da exposição de fotografias que vai estar na Casa do Forno. Nesta mostra vai ser explicado em imagens como se processava a gestão do forno comunitário e o trabalho do forneiro.
A exposição ‘Monsaraz Medieval: o sistema defensivo’ pode ser apreciada no Museu do Fresco. Através de fotografias e vídeos vai ser descoberta a Monsaraz medieval, a sua história, o seu termo, os edifícios, o castelo e as suas cercas envolventes que durante séculos defenderam e protegeram as suas gentes. No Museu do Fresco haverá também uma maquete tridimensional de Monsaraz com as várias fases da construção do seu sistema defensivo entre os séculos XII e XV.
No Centro Interativo da História Judaica em Monsaraz, que resultou da requalificação da Casa da Inquisição, encontra-se documentada a antiguidade da minoria hebraica desta vila, num espaço que pretende ser não só um lugar onde possa confluir essa informação, mas sobretudo, que seja gerador de ideias para a interpretação e entendimento da história e das gentes do concelho enquanto produto e memória. Existem, com alguma precisão, provas documentais e arqueológicas que atestam a subsistência de uma próspera comunidade judaica em Monsaraz, tal como indica, por exemplo, o foral concedido por D. Afonso III em 1276.
Roteiro gastronómico e ‘experiências’ nos agentes turísticos
A bienal cultural propõe pelo terceiro ano um roteiro gastronómico com o menu Monsaraz Museu Aberto em seis restaurantes da freguesia de Monsaraz. Por 15 euros, os visitantes podem degustar um menu com entradas, prato e sobremesa, diversificado nos restaurantes: O Bizaca, Casa do Forno, Casa Modesta, Sem-fim, Taverna Os Templários e Xarez.
Os agentes turísticos da região prepararam diversas atividades para os visitantes desfrutarem durante o Monsaraz Museu Aberto. Assim, propõem um conjunto de ‘experiências’, nomeadamente:
■ visitar a horta biológica;
■ exposição do Monte do Laranjal;
■ provas de vinho;
■ passeios e caça ao tesouro no Hotel São Lourenço do Barrocal;
■ observações astronómicas na Casa Saramago e no Observatório do Lago Alqueva;
■ passeios de barco;
■ visita ao museu do azeite no restaurante Sem-Fim;
■ ver pôr do sol com vista panorâmica para a planície na Casa D. Nuno;
■ exposição e pintura ao vivo na Galeria Monsaraz;
■ passeios de barco;
■ massagem hídrica na Casa D. Antónia;
■ passeios a pé e de bicicleta pelo olival da pêga através da unidade de turismo Vila Planície;
■ visitas ao Museu Mestre Batista, à Casa do Cante e à Casa do Barro – Centro Interpretativo da Olaria de S. Pedro do Corval.
O evento cultural é organizado, desde 1986, pelo Município de Reguengos de Monsaraz e que a partir de 1998 se começou a realizar com periodicidade bienal.