Os investigadores estabeleceram que, tal como nós, as galinhas têm constância de cor. Em ambientes diferentes e sob diferentes condições de iluminação reconhecem a cor de bagas e assim são capazes de distinguir as que estão maduras das que não estão.
Sem constância de cor (capacidade do sistema de perceção assumir a mesma cor do objeto mesmo quando mudam as condições de iluminação) não seriam capazes de confiar numa visão de cores. As galinhas simplesmente veriam as bagas com cores diferentes quando a luz mudasse, tal como não seriam capazes de reconhecer um parceiro do mesmo tipo da sua espécie.
Na investigação, as galinhas foram mantidas num ambiente com luz branca e tinham acesso a recipientes marcados com três cores diferentes: vermelho, amarelo e laranja. Apenas o recipiente laranja continha alimento.
Os investigadores estudaram o comportamento das galinhas quando a luz era comutada para diferentes tons de vermelho. Os resultados mostraram que as galinhas continuavam a escolher o recipiente laranja.
Peter Olsson, biólogo e um dos investigadores do Lund Vision Group, na Faculdade de Ciências, da Universidade de Lund, referiu que foram estudadas “muitas condições diferentes de iluminação para tentar verificar a dimensão que as mudanças na luz poderiam ter sem que as galinhas perdessem a constância de cor.
Usando um modelo matemático, os investigadores calcularam as mudanças na luz que estão dentro dos olhos das galinhas. O mesmo modelo pode ser aplicado noutros animais e, assim, permitir que os investigadores possam comparar a constância de cor das galinhas e aves com a capacidade de constância de cor noutros animais.
“Também foi possível verificar a capacidade da constância de cor das galinhas com as mudanças de luz e comparar com outras aves na natureza. Também foi possível verificar que as condições de iluminação diferem num campo aberto e no interior de uma floresta”, referiu Peter Olsson.
O estudo realizado por Peter Olsson em conjunto com outros investigadores da Universidade de Lund e da Universidade de Bristol permitiu verificar que “é possível manter a constância de cor sob mudanças maiores de luz, no laboratório, do que quando se experimenta na natureza”.