O projeto “São Lourenço do Barrocal”, de Eduardo Souto de Moura, que reconverteu um monte agrícola do século XIX, com vista sobre Monsaraz e banhado pelas águas do Alqueva, num hotel, recriando todo um povoado, e recuperando o espaço existente com respeito por todos os elementos do edificado e naturais envolventes, permitiu ao arquiteto ganhar o Leão de Ouro na 16ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza.
O projeto “é uma obra absolutamente excecional que merece ser conhecida e vivida, e que resume o tema geral da exposição da Bienal de Veneza, ‘Espaço Livre’”, referiu o Ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes.
Souto de Moura está integrado em diversas exposições na 16ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza, o que no entender do Ministro da Cultura, “representa uma oportunidade única para conhecer e experienciar as suas propostas e apreciar a forma surpreendentemente inteligente e delicada de expor as suas criações.”
No Pavilhão de Portugal, na Bienal de Veneza, “Souto de Moura é um dos arquitetos selecionados pelos curadores com o projeto da Estação de Metro de Nápoles, uma obra realizada com Álvaro Siza e Tiago Figueiredo.”
Em ‘Public Without Rethoric’, a Representação Oficial Portuguesa organizada pelo Ministério da Cultura/Direção Geral das Artes, com curadoria de Nuno Brandão Costa e Sérgio Mah, “Portugal apresenta um conjunto de doze edifícios de arquitetos portugueses de várias gerações, que abordam e refletem sobre o edifício público e as formas de intervenção destas obras na vida social e cultural dos cidadãos.”
No Pavilhão da Santa Sé também encontramos a “capela de autoria de Eduardo Souto de Moura”, uma obra “impressionante pela consistência e simplicidade simultâneas. Um pequeno espaço de culto, todo em pedra calcária, integrado no ambiente verde dos Jardins do Vaticano em San Giorgio Maggiore.”
Portugal tem vindo a estar presente ao longo das bienais internacionais de arquitetura e de artes e tem vindo a destacar-se “pela qualidade dos seus autores, das suas propostas artísticas, pelo profissionalismo das suas equipas e pela capacidade que estes projetos têm de deixar uma marca indelével na história das artes.”
Para Luís Filipe de Castro Mendes, que já felicitou o arquiteto Souto Moura pela distinção, indicou que “a arquitetura portuguesa é – soube sempre ser – de todos os portugueses e, simultaneamente, do mundo”.
Assim, o Ministro da Cultura expressou “aos arquitetos que têm contribuído para a excecionalidade e notoriedade da arquitetura portuguesa, um agradecimento especial pela forma como têm enriquecido o património criativo e crítico do país e pela promoção da cultura portuguesa no mundo.”