Com o objetivo de rever as recomendações de 2008 sobre prevenção do cancro colorretal, a ‘Preventive Services Task Force EUA’ (USPSTF) procedeu a uma análise sobre a eficácia das várias estratégias de exames preventivos, incluindo a colonoscopia, a sigmoidoscopia flexível, colonografia por tomografia computadorizada, teste do guaiaco ou do sangue oculto nas fezes, teste imunoquímico das fezes e o teste multialvo do ADN fecal.
Os especialistas analisaram também a redução da incidência e mortalidade por cancro colorretal ou todas as causas de mortalidade; as desvantagens dos testes de rastreio, e as características de desempenho de cada um dos exames ou testes para a deteção de pólipos adenomatosos, adenomas avançados com base no tamanho, ou ambos, bem como o cancro colorretal.
A USPSTF concluiu que o rastreio do cancro colorretal reduz substancialmente a mortalidade pela doença entre os adultos com 50 a 75 anos de idade, no entanto, não está a ser feita uma intervenção preventiva eficaz.
De acordo com relatório da USPSTF a publicar em 21 de junho, na revista da American Medical Association (JAMA), cerca de um terço dos adultos (nos EUA) que devem ser submetidos a diagnóstico preventivo do cancro colorretal, não o fazem.
O cancro colorretal é a segunda principal causa de morte por cancro nos EUA, e os especialistas preveem que em 2016 sejam diagnosticadas 134.000 pessoas com cancro colorretal, e destas 49.000 morrerão da doença.
Da análise dos dados a USPSTF indica que é seguro afirmar que o rastreio do cancro colorretal, usando os vários métodos, pode detetar com precisão a doença em estágio inicial e pólipos adenomatosos.
Embora o desempenho de um teste único é importante na deteção de cancro colorretal, a sensibilidade do teste ao longo do tempo é mais importante no caso de um programa de rastreio.
A USPSTF afirma que o rastreio do cancro colorretal em adultos com idades compreendidas entre os 50 e os 75 anos reduz a mortalidade por cancro colorretal.
Os especialistas da USPSTF não encontraram estudos que mostrassem que qualquer uma das estratégias usadas na prevenção fosse mais eficaz que outras, embora os testes tenham diferentes níveis de rigor que suportam a respetiva eficácia, bem como diferentes pontos fortes e limitações.
O benefício da deteção precoce para uma intervenção diminui no caso do cancro colorretal após a idade de 75 anos. Entre os adultos mais velhos, há um benefício moderado no rastreio contínuo durante os 76 a 85 anos de idade.
No entanto, os adultos na faixa de idades entre os 76 e 85 anos que nunca foram submetidos a um exame ou teste para prevenção do cancro colorretal são os que mais podem beneficiar com o rastreio, do que os que foram submetidos nas idades inferiores, dado que o tempo entre a deteção e o tratamento do cancro colorretal pode ser importante em beneficio da mortalidade subsequente.
O benefício para o doente entre a deteção precoce e a intervenção no cancro colorretal em adultos com 86 ou mais anos é pouco significativo.
Até à data, e em qualquer faixa etária, nenhum método de rastreio do cancro colorretal demonstrou reduzir a mortalidade.
Em relação às desvantagens dos exames, os especialistas concluíram que os danos do rastreio do cancro colorretal em adultos dos 50 aos 75 anos de idade são pequenos.
A taxa de eventos adversos graves devido aos exames ou testes do rastreio do cancro colorretal aumenta com a idade. No entanto, os danos pelo rastreio do cancro colorretal em adultos com 76 ou mais anos de idade vão de pequenos a moderados.
A USPSTF recomenda o rastreio do cancro colorretal a partir dos 50 anos de idade e até aos 75 anos, dado que existe uma elevada certeza que o benefício é substancial. Para idades entre 76 e os 85 anos a decisão deverá ser individual, tendo em conta a saúde e a história de prevenção adotada. Neste caso há uma moderada certeza de que o benefício é pequeno.