A exposição “Ângelo de Sousa: Quase tudo o que sou capaz”, produzida numa parceria entre a Fundação de Serralves e a Câmara Municipal de Matosinhos, reúne 35 obras do artista Ângelo de Sousa. As obras em exposição são de vários períodos da carreira do artista, e incluem as obras da coleção de Serralves e duas obras pertencentes ao acervo municipal, o “Cavalo verde” e “Sem título”.
Ângelo de Sousa é um dos mais importantes e disruptivos artistas plásticos portugueses e uma das figuras mais influentes da arte portuguesa da segunda metade do século XX. É atualmente um dos “artistas melhor representados na Coleção de Serralves, com trabalhos realizados entre os anos 1960 e 2010.”
O trabalho de Ângelo de Sousa, que nasceu em 1938 na cidade de Maputo, antiga Lourenço Marques, em Moçambique, e veio a falecer no Porto em 2011, “abarcou um vasto conjunto de meios artísticos, do desenho ao filme, passando pela pintura, pela escultura, pela instalação e pela fotografia.”
A exposição reúne uma parcela muito considerável das obras de Ângelo de Sousa na Coleção de Serralves, “nomeadamente a quase totalidade dos desenhos, pinturas e esculturas”. O objetivo é “sublinhar a importância da contaminação entre aquelas disciplinas para a evolução da sua prática artística e de mostrar de que modo o desenho e a escultura constituem facetas fundamentais da obra” do artista, uma faceta onde é “mais evidente o seu caráter experimentalista.”
Não por acaso, o título da exposição parafraseia o nome dado por Jorge de Silva Melo ao documentário biográfico que, em 2010, dedicou ao artista, “Ângelo de Sousa: Tudo o que sou capaz”.
A exposição reflete o artista, que foi professor na professor na antiga Escola Superior de Belas-Artes, que nas suas palavras, tentava obter “o máximo de efeitos com o mínimo de recursos, o máximo de eficácia com o mínimo de esforço, e o máximo de presença com o mínimo de gritos”.
“Os desenhos, pinturas e esculturas de Ângelo de Sousa não ilustram conceitos, nunca partem de ideias, mas da ânsia de fazer e pensar com as mãos. A exposição sublinha, assim, esta vontade de trabalhar com elementos simples, apresentando as primeiras obras de Ângelo de Sousa, ainda figurativas mas apontando já para a depuração que viria a caracterizar o artista, lado a lado com os exercícios abstrato-geométricos, nomeadamente desenhos, telas e esculturas, que o impuseram como um dos maiores estudiosos da cor e da luz”, descreve em comunicado a Câmara Municipal de Matosinhos.
A exposição “Ângelo de Sousa: Quase tudo o que sou capaz” faz parte do “programa de exposições itinerantes que a Fundação de Serralves desenvolve com o objetivo tornar a sua coleção de arte contemporânea acessível para além das portas do museu, permitindo assim o alargamento da rede de acesso das populações à arte e à cultura.”
Com inauguração a 24 de fevereiro na Galeria Municipal de Matosinhos, a exposição vai estar patente ao público até 28 de abril, de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, e aos sábados e feriados, das 15h00 às 18h00.