Os prémios FAZ de Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa e do concurso de Ideias de Origem Portuguesa foram entregues pelo Presidente da República, na Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), em mais uma edição da iniciativa conjunta da FCG e COTEC Portugal.
A distinção do FAZ de Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa “tem como objetivo premiar e divulgar os cidadãos portugueses que se tenham distinguido pelo seu papel empreendedor, inovador e responsável no contexto das respetivas sociedades de acolhimento e que constituam exemplos de integração efetiva nas correspondentes economias e de estímulo à cooperação”.
Augusto Pinho, Presidente da Direct Poulty Inc/Premium Foods, uma das maiores empresas do sector de transformação alimentar, em Ontário, no Canadá, com um volume de negócios da ordem dos 80 milhões de euros e com 180 colaboradores, foi distinguido com o Prémio FAZ – Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa de 2016.
O empresário Augusto Pinho nasceu em Vagos, mas em 1974 e com apenas 4 anos e em conjunto com os pais emigrou para o Canadá. Fez os estudos no Canadá e, ainda estudante, quando tinha 17 anos começou a trabalhar, inclusive no setor alimentar. Em 2004 criou a empresa Direct Poulty Inc que atualmente é parceira das maiores cadeias de distribuição alimentar a operar no Canadá.
Augusto Pinto que já tinha sido distinguido pelo Ministério da Agricultura do Ontário pela sua aposta nas boas práticas ambientais e de sustentabilidade, é agora também distinguido em Lisboa. Esta distinção portuguesa é partilhada com o pai, referiu Augusto Pinto, dado que “o pai o fez trabalhar duro, pensar no futuro e fazer-se no homem que é hoje”, e acrescentou “nós conseguimos, pensando numa ideia, trabalhando forte, conseguimos sempre”.
Para o Prémio FAZ – Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa houve 212 candidaturas de 35 países, e nos mais diversos sectores de atividade, tais como, comércio e serviços, construção civil, indústrias criativas, tecnologias, associativismo social, restauração e turismo, informação e comunicação, ensino e investigação, e indústria.
“Este prémio é a oportunidade de realçar os portugueses que saem de Portugal para o mundo e que se tornaram importantes referências pelo seu potencial empreendedor e inovador”, referiu Francisco de Lacerda, Presidente da COTEC Portugal.
Na edição deste ano do FAZ – Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, foi atribuída uma menção honrosa a Paulo Rodrigues da empresa Mint Labs. Esta empresa dedica-se “à valorização da investigação desenvolvida, permitindo visualizar as ligações nervosas do cérebro, ajudando os médicos na definição de diagnósticos mais rigorosos e terapias mais eficazes para doenças neurodegenerativas e mentais”.
O grande vencedor do Prémio FAZ – Ideias de Origem Portuguesa foi o projeto Guardiãs do Mar – Salvar o Ambiente, Preservar Empregos. Um concurso promovido pela FCG. O valor pecuniário do prémio é 25 mil euros.
O projeto Guardiãs do Mar tenta responder ao problema da degradação e destruição das pradarias marinhas e ao impacto no declínio da população de golfinhos do Sado. E neste sentido o projeto “propõe atividades de sensibilização do público e a monitorização e proteção direta do habitat do sado, envolvendo a comunidade local de mulheres pescadoras e apresentando alternativas para o desemprego.
A equipa do projeto é constituída por duas pescadoras, uma portuguesa formada em Gestão que reside em Barcelona, e uma bióloga marinha que segue a população de golfinhos do Sado há mais de 20 anos.
O 2º prémio, no valor de 15 mil euros do FAZ – Ideias de Origem Portuguesa foi atribuído ao projeto Vtree Solar. Este projeto “propõe ’árvores’ com wifi em jardins e espaços públicos urbanos de grande circulação, e a partir de painéis de energia fotovoltaica qualquer pessoa possa carregar o telemóvel e outros gadgets. Assim, o projeto tenta dar resposta a problemas diários de conetividade.
O projeto Jazz‘aqui foi premiado com o 3º prémio no valor de 10 mil euros. Este projeto pretende promover o jazz português, “propondo, entre outras iniciativas, residências artísticas e a criação de um festival de jazz itinerante fora de Portugal, exclusivamente com músicos nacionais”. Ao concurso FAZ – Ideias de Origem Portuguesa houve 53 ideias candidaturas, envolvendo participantes de 20 países, incluindo Portugal. A este concurso só podem concorrer equipas em que pelo menos um dos membros seja emigrante ou luso-descendente, e que desempenhe um papel ativo no desenvolvimento da ideia.
Sobre o Prémio Ideias de Origem Portuguesa, Artur Santos Silva, Presidente da FCG, referiu que “tem merecido atenção internacional, já protagonizada pela atribuição de um Prémio Europeu de Promoção Empresarial, na categoria de empreendedorismo inclusivo e responsável”. Mas o interesse manifestado por outros países “atestam a importância que os olhares a partir de fora têm para com o desenvolvimento de novas respostas para o nosso país”.