O Centro de Investigação de Tumores Cerebrais (CITC) do Instituto de Medicina Molecular (iMM), em Lisboa, vai dar continuidade ao projeto iniciado em 2012 “que tem como enfoque o estudo dos tumores pediátricos e a cooperação entre Portugal e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) nesta área de investigação”.
A assinatura do protocolo entre o iMM e a Fundação Millennium bcp, que se traduz no apoio da Fundação em 90 mil euros para estudo dos tumores pediátricos, vai permitir ”iniciar estudos moleculares avançados em amostras humanas de tumores cerebrais com a realização de estudos genéticos avançados”, referiu o iMM em comunicado.
O objetivo do estudo é, indica o Instituto, “caracterizar os mecanismos responsáveis pela génese e agressividade dos tumores cerebrais e identificar novos alvos terapêuticos”.
O iMM pretende com este apoio da Fundação Millennium bcp “desenvolver novos alvos terapêuticos, modelos animais para testar novas terapias, expandir a capacidade de armazenamento de amostras biológicas e planear missões anuais a Moçambique, no âmbito de um protocolo de cooperação entre o Centro Académico de Lisboa (CAML), do qual o iMM Lisboa faz parte, e o Hospital Central de Maputo”.
Em comunicado, o iMM explica que o protocolo com Moçambique inclui “o estabelecimento de um canal de comunicação para discussão de casos clínicos e diagnóstico e triagem de doentes após realização de exames complementares de diagnóstico localmente”.
Outras áreas também fazem parte do trabalho com Moçambique, nomeadamente, “formação médica, investigação científica na área dos tumores cerebrais pediátricos e do ensino de técnicas de biologia molecular localmente ou através de intercâmbios de investigadores no iMM Lisboa”.
A colaboração com Moçambique no domínio da investigação em tumores cerebrais pediátricos envolve a criação de um Banco de tumores cerebrais no Hospital Central de Maputo.
Maior coleção nacional de amostras biológicas de tumores cerebrais
Ao longo dos três últimos anos o CITC do iMM, em Lisboa, com o apoio da Fundação Millennium bcp, criou um banco de tumores cerebrais no ‘Biobanco’ do iMM.
A recolha das amostras biológicas em doentes operados a tumores do sistema nervoso, “ocorreu no início, no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), e posteriormente foi alargada a outros hospitais públicos e privados”.
O Banco de tumores cerebrais do iMM possui já armazenadas 8.911 amostras biológicas, constituindo “a maior coleção nacional de amostras biológicas deste tipo”.