O ensaio do novo Civic mostrou um novo patamar evolutivo e surpreendeu em vários itens, o que permite afirmar que o Honda Civic 1.0 é, sem qualquer margem, o melhor Civic, jamais construído.
Exteriormente o Civic apresenta uma estética peculiar. Com várias formas muito angulares e geométricas, não deixa ninguém indiferente e, neste capítulo, não é consensual. Contudo, o mérito destas formas também lhe dá uma imponência e desportividade que o anterior modelo não permitia, além de que este modelo, acredito, possa ressegmentar o cliente que usualmente não compra Honda por algum classicismo das suas linhas.
A cor escura das jantes e de alguns apontamentos plásticos de cor escura, ao longo da carroçaria, despertam a jovialidade que a marca também pretende com este modelo. Já no interior, a marca optou por um desenho mais clássico do interior – bem construído, com bons materiais e montagem correta – com uma posição de condução muito baixa (e envolvente), um volante com pega excelente e bem alinhado com o banco e os pedais e com uma caixa de velocidades, precisa, rápida e de ação curta.
Em termos de espaço interior, tanto à frente como atrás revela-se desafogado, com os bancos confortáveis, envolventes e robustos a evidenciarem que a bitola que a Honda colocou neste modelo é alta e com o objetivo de se intrometer na disputa do segmento. A bagageira também ela com um bom acesso e boa capacidade.
Exteriormente percebe-se que o Civic é mais baixo, no acesso ao interior também, com óbvios benefícios ao nível do centro de gravidade.
Na apreciação estática percebe-se que a Honda quis partir de uma “folha em branco” e desenhar um modelo que fosse extremamente eficaz e eficiente, onde a forma não se sobrepõe ao conteúdo
Mas é quando ligamos o motor do Honda que nos apercebemos também do imenso trabalho efetuado no motor de 129cv… 1.0 tricilindrico. Silencioso, com ausência de vibrações e um ruído suave. Revela-se extremamente disponível em qualquer situação, que impressiona, o que, “casado” com uma excelente caixa, curta, precisa e rápida assegura um verdadeiro prazer de condução, seja em que local for, desde a cidade, à autoestrada ou a estradas com curvas encadeadas. E é neste último cenário que se percebe a qualidade do chassis, num comportamento referencial (os pneus também ajudam) com uma sobreviragem e subviragem praticamente inexistente e, mesmo quando provocado para lá dos limites, o chassis “informa-nos” da reação que vai surgir. Sem dúvida, um ótimo trabalho da Honda e um cartão-de-visita importante.
Curiosamente, tendo o Civic um comportamento desportivo são e reativo seria de prever que fosse desconfortável mas tal não é verdade, e mesmo com os amortecedores “ligados” no modo dinâmico (menos confortável), este transportou-nos sempre com um conforto “alemão”.
O Honda afigura-se talvez como um dos mais competentes automóveis do segmento, em matéria de comportamento. O motor sempre disponível com um consumo perto dos 7,5 litros, os bancos envolventes e uma caixa de velocidades muito competente, validam a aposta da Honda num modelo que se revelou além de bem construído, com um chassis desenhado para suportar cargas elevadas.
Tudo isto com um preço a partir de 23.000 euros até à versão mais equipada (a ensaiada com teto de abrir, bancos em pele aquecidos à frente e atrás, pack Honda SENSING (CMBS – Sistema de Travagem Atenuante de Colisões, Avisador de Saída de Faixa, Sistema Atenuante de Saída de Estrada, LKAS – Assistência à Manutenção na Faixa de Rodagem, Sistema de Reconhecimento da Sinalização de Trânsito, Controlo da Velocidade de Cruzeiro Adaptável com Função de seguimento a baixa velocidade, i-ACC – Controlo Inteligente da Velocidade de Cruzeiro Adaptável, Limitador Inteligente da Velocidade, Informação de Ângulo Morto, Monitor de Trânsito Lateral, VSA – Assistência à Estabilidade do Veículo, Sistema de Alerta de Esvaziamento dos Pneus, Honda CONNECT NAVI Garmin, Sistema de Suspensão Adaptável, Sistema Inteligente de Acesso e Arranque Sem Chave, carregamento sem fios, sistema automático de iluminação para máximos e médios).
Autor: Jorge Farromba
Email: jorgefarromba@gmail.com