Todos os anos, o cancro do pulmão provoca cerca de 1,6 milhões de mortes em todo o mundo, sendo que 70% de todos os pacientes com cancro de pulmão são fumadores ou ex-fumadores. Na Europa Central o número é superior a 80%.
Fumar é considerado o principal fator de risco para o cancro do pulmão. Esta conclusão é dada pelas estatísticas, e está a elevar ao máximo a preocupação dos oncologistas. Especialistas em cancro, como Robert Pirker do ‘Comprehensive Cancer Center’ da Universidade Médica de Viena e outros do Hospital Geral de Viena, apelam para que seja melhorada a proteção dos não-fumadores e redobrada a prevenção do tabagismo.
Para o oncologista Robert Pirker, a prevenção e proteção dos não-fumadores são as principais estratégias na luta contra o cancro do pulmão. O oncologista referiu que se não houver uma mudança radical de comportamento em relação ao tabaco, “vamos ter, neste século, mais de mil milhões de mortes relacionadas com o fumo do tabaco”.
O tabagismo é um enorme problema para a nossa sociedade e por isso precisamos enfrentá-lo, referiu o especialista em cancro da Universidade Médica de Viena. Particularizando em relação à Áustria, Robert Pirker, citado pela Universidade Médica de Viena, referiu que “há uma falta de vontade política na Áustria e o público não está preparado para assumir medidas consistentes”.
Proibir de fumar em bares e restaurantes ou colocar avisos nos maços de cigarros são apenas os primeiros passos, indicou o oncologista, mas o preço dos produtos do tabaco deveria ser aumentado significativamente e proceder-se à consciencialização pública sobre os riscos para a saúde e as desvantagens financeiras do tabagismo.
Outra das áreas de atuação seria na melhoria da proteção dos menores do tabagismo e do fumo através de uma legislação adequada.
Robert Pirker lembrou estudos científicos que mostram que é de bom senso deixar de fumar, independentemente da idade, e referiu um estudo desenvolvido no Reino Unido que concluiu que as mulheres que fumam têm 25 vezes maior risco de desenvolver cancro do que as que não fumam, mas para as que deixaram de fumar aos 50 anos o risco caiu para 6 vezes, em relação aos não fumadores.
“Embora os procedimentos de diagnóstico e tratamentos disponíveis estejam constantemente a melhorar, é melhor, em primeiro lugar, não começar a fumar e no caso de já fumadores, deixar de o fazer o mais rápido possível”, aconselhou o oncologista.