Na sequência dos incêndios de grandes proporções que, em junho de 2017, afetaram os concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, o país mobilizou-se e uma corrente de solidariedade levou a que em pouco tempo fosse possível reunir recursos em dinheiro para auxilio às vítimas.
Para gerir os donativos no âmbito da solidariedade dos portugueses o Governo criou o Revita, “um fundo social gerido em estreita articulação com os municípios afetados pelos incêndios e as instituições solidariedade social da região.”
De acordo com o Instituto da Segurança Social (ISS), até 17 de setembro, tinham aderido ao fundo Revita 30 entidades, com donativos em dinheiro, em bens e em prestação de serviços, em que os donativos em dinheiro ascendiam a 2.034.309 euros.
Entre outras entidades de referência, o Revita contava com a adesão do Banco Santander, Banco Comercial Português, Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, Montepio Geral, ANA e Vinci Airports, Banco de Portugal, Grupo Salvador Caetano, Fnac, Samsung, IKEA, Essilor, TAP e Molaflex.
Os donativos entregues ao Revita “destinam-se prioritariamente à reconstrução das habitações afetadas pelos incêndios e ao seu apetrechamento, bem como ao apoio aos agricultores.”
Para além do Revita existem outras entidades que agregam outros donativos para as vítimas dos incêndios e que são responsáveis pela sua gestão, por isso o ISS indica que para “contribuir para uma maior eficiência na gestão dos donativos, foram estabelecidos protocolos com outras entidades, como a Cáritas Diocesana de Coimbra e a União das Misericórdias Portuguesas em conjunto com a Fundação Calouste Gulbenkian.
Uma das áreas de intervenção dos fundos é a reconstrução de 199 casas de primeira habitação nos três concelhos afetados, mas também nos municípios adjacentes de Góis, Pampilhosa, Sertã e Penela. O Revita “tem diretamente a seu cargo a reabilitação de 56 casas”, que na sua maioria, são reconstruções integrais. “Ainda que a execução financeira seja naturalmente mais faseada, estão neste momento em condições de passagem à fase de pagamento 23 processos.”
Das 199 casas de primeira habitação, a serem reconstruída, o ISS indica que “95% estão em andamento, com obras em projeto, em consulta de preço, adjudicação, consignadas, em execução ou concluídas”. Destas, 73 casas encontram em fase mais avançada, nomeadamente 24 habitações com obra consignada, 30 com obra em execução e 19 concluídas.