O rating da República Portuguesa foi alterado hoje para grau de investimento pela Agência Standard and Poor’s, passando de ‘BB + / B’ para ‘BBB- / A-3’.
A decisão tomada pela Agência de Rating “abre caminho ao alargamento da base de investidores na dívida da República Portuguesa e, assim, à melhoria das suas condições de financiamento”, indicou o Ministério das Finanças (MF), e acrescentou que “este efeito permitirá a melhoria das condições de financiamento das famílias e empresas portuguesas.”
A Standard and Poor’s vêm agora, tal como a DBRS, a atribuir a classificação de grau de investimento à dívida portuguesa, na sequência também da atribuição de perspetiva positiva pelas agências Fitch e Moody’s.
“A decisão da Standard and Poor’s traduz o crescente reconhecimento, por parte de agentes institucionais e privados, do progresso notável que Portugal tem vindo a fazer na economia e nas contas públicas”, afirmou Mário Centeno, Ministro das Finanças.
O Ministro acrescentou ainda que “a Standard and Poor’s baseia a sua decisão no reconhecimento da recente mudança estrutural ocorrida no setor financeiro, na abrangência do crescimento económico, alicerçado numa forte dinâmica de investimento e de exportações, e no controlo da despesa e da dívida pública.”
A Standard and Poor’s indica que a atualização reflete a previsão do crescimento do PIB de Portugal de 2017 a 2020, o sólido progresso alcançado na redução do défice orçamental e a diminuição do risco de uma deterioração acentuada das condições de financiamento externo.
A Agência considera que as perspetivas de crescimento económico melhoraram acentuadamente, indo no quarto ano de crescimento consecutivo desde 2010, e que no horizonte de previsão para 2020, é esperado um crescimento económico real, em média, de 2,2% ao ano, representando por isso uma melhoria acentuada em relação às previsões de março de 2017.
Outra das avaliações positivas da Standard and Poor’s é a taxa de desemprego que continua a diminuir, inclusive entre os jovens e apesar do efeito sazonal geralmente desfavorável. A taxa de desemprego quase diminuiu para metade dos 17,5%, em 2013, estando atualmente nos 9,1% (julho de 2017), o que a coloca em linha com a média da zona euro e menor que a da França, Itália e Espanha.
A Agência indica que espera que o desemprego diminua para cerca de 7% em relação ao horizonte de previsão, de 2020. O desemprego jovem ainda está um pouco acima da média da zona euro, ou seja, nos 23,8% em comparação com 19,1% de média, mas muito abaixo da Itália, com 35,5%, e da Espanha, com 38,6%.
Portugal, depois de cinco anos, volta a ser colocado no grau de investimento por mais uma das principais agências de rating. Uma avaliação que é suportada “num modelo económico sólido, equilibrado e inclusivo.”
O MF referiu, em comunicado, que “o Governo nunca duvidou que o progresso inequívoco que Portugal fez ao longo dos últimos anos seria reconhecido. Para dar continuidade a esse progresso, o Governo reitera o compromisso de seguir um caminho de equilíbrio das contas públicas e de crescimento sustentável e inclusivo, preservando os sucessos alcançados e aprofundando o esforço reformista orientado para melhorar o potencial de crescimento do país.”