O Conselho Europeu de Investigação (ERC, da sigla em inglês) anunciou a atribuição de bolsas a 406 investigadores em início de carreira em toda a Europa. Oito são portugueses e destes cinco desenvolvem investigação Portugal.
Os investigadores portugueses contemplados com bolsas, que vão de mais de 1,2 milhões de euros até perto de 2 milhões de euros, trabalham num amplo leque de temas de ciência, desde a investigação sobre mecanismos gerados pelo corpo humano, à inovação agrícola ou à concorrência e regulação de mercados de plataforma.
As 605 bolsas agora atribuídas pelo ERC representam um financiamento no valor de 605 milhões de euros. As bolsas vão permitir aos bolseiros criarem as suas próprias equipas de investigação para desenvolver os projetos e chegar a resultados inovadores.
Carlos Moedas, Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, referiu que os “grandes talentos precisam de boas condições no momento certo para prosperar”, e isso é o que o programa Horizonte 2020, da União Europeia está a proporciona ao dar “as melhores condições possíveis para os investigadores em início de carreira”.
Para o Comissário “este financiamento é tão crucial para o futuro da Europa como centro de ciência”, dado que “mantém e atrai os jovens talentos”. O Comissário Europeu acrescentou: “Desta vez, o ERC atraiu investigadores de 48 nacionalidades em 23 países europeus. É um investimento que terá o seu retorno no reforço do crescimento da UE e na inovação.”
As bolsas são atribuídas pelo ERC a investigadores de qualquer nacionalidade, que se encontrem já a trabalhar na União Europeia ou que nela pretendam vir a instalar-se e a trabalhar.
O ERC recebeu 3085 propostas de investigadores, destas foram selecionadas para financiamento cerca de 13 %. Das bolsas atribuídas 45 foram ganhas por investigadores de países não europeus, baseados em toda a Europa, e cerca de 40 % de todos os investigadores contemplados são mulheres.
Os investigadores com bolsas vão investigar 23 países da Europa, sendo o Reino Unido o país com mais bolseiros, ao todo 79, o segundo a Alemanha com 67 e França com 53.
Lista dos beneficiários portugueses
- André Martins, com o projeto ‘Deep Learning for Structured Prediction in Natural Language Processing’, do Instituto de Telecomunicações, em Lisboa, bolsa de 1.442.000 euros.
- M Eugenia Chiappe, com o projeto ‘Circuit mechanisms of self-movement estimation during walking’, do Centro Champalimaud, Lisboa, bolsa de 1.658.151 euros.
- Pedro Leão, com o projeto ‘Fatty acid incorporation and modification in cyanobacterial natural products’, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), Porto, bolsa de 1.462.938 euros.
- Catarina Homem, com o projeto ‘Metabolic and Timed Control of Stem Cell Fate in the Developing Animal’, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, bolsa de 1.997.493 euros.
- Dulce Freire, com o projeto ‘Rescuing seeds’ heritage: engaging in a new framework of agriculture and innovation since the 18th century’, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Lisboa, bolsa de 1.467.727 euros.
- Anton Khmelinskii, com o projeto ‘Dissecting Quality Control Mechanisms of Mislocalized Proteins’, da Technische Universitaet Dresden, Desden, na Alemanha, bolsa de 1.679.000 euros.
- Silvia Portugal, com o projeto ‘Dry season P. falciparum reservoir’, da Universitaetsklinikum Heidelberg, Alemanha, bolsa de 1.500.000 euros.
- Renato Dias de Brito Gomes, com o projeto ‘Competition and Regulation of Platform Markets’, da Fondation Jean-Jacques Laffont, Toulouse Sciences Economiques, Toulouse, na França, bolsa de 1.223.750 euros.