Pela primeira vez foi documentada a ativação de enzimas que combatem o cancro através de produtos de glucosinolato, em rábano-picante. O estudo é da Universidade de Illinois e mostra que o rábano-picante contém compostos que podem ajudar a desintoxicar e eliminar os radicais livres no corpo causadores de cancro.
“Sabíamos que o rábano-picante continha benefícios para a saúde, mas neste estudo fomos capazes, pela primeira vez, de ligar o rábano-picante à ativação de certas enzimas desintoxicantes”, referiu o cientista Mosbah Kushad, citado em comunicado pela Universidade de Illinois.
Os investigadores identificaram e quantificaram previamente, no rábano-picante, os compostos responsáveis pelo combate ao cancro, conhecidos como glucosinolatos, observando que contêm aproximadamente 10 vezes mais glucosinolatos do que os brócolos.
“Ninguém vai comer uma fibra de rábano-picante”, referiu Kushad. Mas felizmente, basta uma colher de chá de molho para se poder obter o benefício desejado. A equipa de cientistas que trabalha com Mosbah Kushad verificou que os produtos da hidrólise de glucosinolatos ativam as enzimas envolvidas na desintoxicação das moléculas que causam o cancro.
Depois de constatarem a ativação, compararam a quantidade e o nível de ativação de 11 tipos de rábanos-picante que estão disponíveis no mercado, com base no diâmetro e comprimento da raiz. “Não havia informações sobre se o tipo de raiz de rábano-picante estava associada com a atividade preventiva do cancro”, explicou Mosbah Kushad, e por isso os investigadores procederam à análise para verificar se havia ou não alguma ligação.
O grupo descobriu que a variedade de rábano-picante com o ‘grande grau’ (U.S. Fancy) possuía significativamente mais glucosinolatos do que os do ‘grau’ (U.S. Nº 1). As concentrações dos vários produtos de hidrólise de glucosinolatos diferiam de acordo com o grau, onde o ‘grande grau’ apresentava maior isotiocianato de alilo, e o ‘grau’ mais 1-cyano-2,3 epithiopropane.
Dos dois compostos diferentes existentes no rábano-picante, o 1-cyano-2,3 epithiopropane é o mais débil na luta contra o cancro em comparação com o isotiocianato de alilo. No entanto a deteção de 1-cyano-2,3 epithiopropane no rábano-picante é notável, referiu Kushad.
“Esta é a primeira deteção e medição de 1-cyano-2,3 epithiopropane em rábano-picante”, indicou o cientista. Em face dos resultados do estudo que confirmam os benefícios do rábano-picante, os cientistas aconselham que isotiocianato de alilo é uma boa dieta anticancerígena, não só porque ativa a enzima responsável para desintoxicar moléculas que causam cancro, mas também porque 90% é absorvido quando ingerido.