O Conselho Europeu de Investigação (CEI) atribuiu 325 bolsas a investigadores em início de carreira por toda a Europa, envolvendo um financiamento total de 485 milhões de euros. Destes investigadores, seis são portugueses. Os investigadores vão agora ter a possibilidade de criar as suas equipas de investigação de acordo com os projetos com que se candidataram.
O financiamento proveniente do Programa Horizonte 2020, atribuído pelo CEI aos seis investigadores portugueses, é de 8,2 milhões de euros, cabendo a cada um montante que vai desde 1,1 a 1,6 milhões de euros.
As bolsas do CEI são atribuídas a investigadores de qualquer nacionalidade sediados na Europa ou que aí se pretendam instalar. No concurso deste ano foram financiados investigadores de 42 nacionalidades.
Carlos Moedas, Comissário europeu responsável pela Investigação, Ciência e Inovação, referiu que as “bolsas de investigação do CEI permitem à União Europeia atrair jovens investigadores de talento e mantê-los na Europa”.
Os investigadores contemplados com uma bolsa “poderão desenvolver as suas melhores ideias, criando ao mesmo tempo emprego de qualidade para os que pretendem trabalhar na vanguarda da ciência”, ou contribuindo “para a criação do recurso mais valioso de que a Europa dispõe: o capital humano”.
Os investigadores portugueses vão trabalhar em projetos nos domínios do design computacional de novas proteínas funcionais para imunoengenharia, os limites hidrodinâmicos e flutuações de equilíbrio, a prevalência e influência do antagonismo sexual na evolução do genoma, as cartas marítimas medievais e do início da época moderna e os estudos críticos das políticas, do ativismo social e da militância islâmica na região do Saara Ocidental.
Dois dos investigadores portugueses contemplados com as bolsas do CEI, desenvolvem investigação fora do País, um no Instituto de Ciências e Tecnologia, na Áustria, e outro na Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça.
Os quatro investigadores que se encontram sediados em Portugal e que possuem agora as condições para desenvolver os seus projetos são: Miguel Cardina, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, com o projeto ‘Memórias cruzadas, política e ciência: As guerras coloniais de libertação em tempos pós-coloniais’; Ana Patrícia Carvalho Gonçalves, da Universidade do Minho, com o projeto ‘Limites hidrodinâmicos e flutuações de equilíbrio: universalidade de sistemas estocásticos’; Francisco Freire, do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), com o projeto ‘Abordagens críticas à política, ativismo social, e militância islâmica na região do Saara Ocidental (Mauritânia, Saara Ocidental, Sul de Marrocos)’ e Joaquim Gaspar, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, com o projeto ‘As Cartas náuticas da Idade Média e do início da Era Moderna: Nascimento, Evolução e Uso’.
O Conselho Europeu de Investigação, criado pela União Europeia em 2007, é a primeira organização de financiamento da investigação de vanguarda de excelência. Todos os anos, o CEI seleciona e financia os melhores e mais criativos investigadores de todas as nacionalidades e idades para desenvolverem projetos baseados na Europa.
Até à data, o CEI financiou mais de 6 500 investigadores de topo em várias fases das suas carreiras.
O CEI dispõe de um orçamento para o programa Horizonte 2020 de mais de 13 mil milhões de euros para o período de 2014 a 2020.